Nascemos num país a preto e branco”, contaram-me um dia os meus pais. Não percebi logo o que queriam dizer. Nasci no mesmo país e sempre o vi com muitas cores… (algumas esbatidas, é certo…). Descobri depois, através das suas estórias, que o medo apaga as cores. Cola-se à pele e arrefece o corpo todo. A Ditadura durou… durou muito tempo e pintou o país dos meus pais de preto e branco, um branco tão escuro como a noite. Mas num dia de Abril o coração, ainda quente, de alguns homens devolveu as cores ao meu país.
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